A tour to the inner side of me... A alma da raposa!

Wednesday, May 31, 2006

D'este viver aqui neste papel descripto...


Hoje trago uma pequena crítica a uma obra de António Lobo Antunes - "D'este viver aqui neste papel descripto...". Trata-se de um livro que não é mais de que uma colectânea de cartas que Lobo Antunes enviou à sua mulher durante o período em que esteve na guerra do Ultramar, na posição de médico militar. Nestas cartas, evidencia-se o sofrimento de Lobo Antunes em abandonar a sua mulher em Portugal, uma vez que eram recém-casados na altura da sua partida e a sua mulher encontrava-se grávida da primeira filha do casal. Pode-se então vivenciar um pouco da realidade da guerra colonial através destas cartas e dos projectos que Lobo Antunes desenvolveu ao longo da mesma. A obra no seu todo não é das mais cativantes, uma vez que é apenas constituída pela colecção de cartas e não por uma história que faça a ligação entre as várias situações. Lobo Antunes chega mesmo a tornar-se repetitivo ao longo dos tempos, tornando a obra um pouco difícil de ler, o que em última análise pode fazer o leitor perder o interesse pelo livro. No entanto tem bastantes aspectos positivos como já referi acima, é possível viver a guerra colonial na perspectiva de um homem comum, de um marido e futuro pai, que larga toda a sua vida em Portugal para cumprir o serviço militar, tendo como opção oposta a esta o exílio em Paris. Não é dos melhores livros que já li, mas recomendo como livro para ter á cabeceira, para ler umas páginas de vez em quando e ir vivenciando toda uma experiência que nos é alheia.

Monday, May 29, 2006

A morte - Fim ou início de vida?



Desde há uns tempos para cá que tenho vindo a pensar neste assunto. Tantas vezes que vemos reanimações nas nossas vidas, num momento em que aquela pessoa está viva e de repente deixa de o estar. Não consigo evitar de pensar se existirá vida após a morte, se é que lhe podemos chamar vida... O que será que acontece ao nosso espírito, alma, essência como lhe quiserem chamar, quando o invólucro que é o nosso corpo deixa de o conseguir conter? Será que numa perspectiva mais romântica e idealista o nosso espírito vive para sempre, fica a olhar aqueles que amamos e que significam algo para nós e subtilmente marcam a sua presença nas nossas vidas através de pequenos arrepios na espinha, ou por outro lado, numa perspectiva mais fria, o nosso espírito morre com o nosso corpo e simplesmente como nascemos, deixamos de existir? Será a morte o fim do nosso ciclo? Será que tudo aquilo que nós fomos durante uma vida, cessa no momento em que o nosso corpo por fim, não consegue aguentar mais um dia? Não me refiro ao facto de continuarmos a viver no coração dos amigos e da família, nem ao facto de para eles estarmos sempre vivos, ou que a nossa própria recordação nos mantém vivos. Refiro-me sim ao facto de continuarmos a ter uma essência, não digo corpórea, mas que ao fim ao cabo tenha autonomia e que nos permita continuar a sermos quem fomos neste mundo terreno? Pessoalmente não sei em que situação deva acreditar... Creio que como todos nós, gostava de continuar a poder ser alguém, mesmo quando morrer...

O início...

Finalmente optei por criar um blog... Nunca o tinha feito antes porque sempre considerei os blogs uma coisa muito mainstream, mas actualmente sinto a necessidade de partilhar algumas opiniões com alguém e saber o que esse alguém pensa de determinados assuntos. Ao longo da realização deste projecto espero abordar vários assuntos que fazem parte do quotidiano das nossas vidas, ou não, abordar algumas situações que não sejam assim tão corriqueiras. Espero que se sintam em casa neste espaço e que possam deixar a vossa opinião sincera sobre tudo o que quiserem discutir! Um abraço para todos!