A tour to the inner side of me... A alma da raposa!

Friday, January 19, 2007

Um dia...


Um dia... Um dia acordas, levantas-te da cama, que sentes que é a tua protecção contra o mundo, razão pela qual lá passas dias infinitos, a escudares-te contra o mal que te aflige, que ao fim ao cabo vive dentro de ti, e para o qual não há escudo possível, e diriges-te ao espelho com a esperança de que ele não te devolva as marcas físicas de mais uma noite mal dormida, consumido pelos inúmeros sentimentos e extrapolações que fizeste durante toda a noite, que infelizmente já se vêm a repetir há quase 3 meses...
Posicionas-te em frente ao espelho de olhos fechados, como se tivesses medo do que lá possas encontrar, e quando finalmente ganhas coragem para os abrir... não gostas do que vês! Não me refiro ao aspecto físico, que na realidade está igual ao dos outros dias: cabelo em desalinho de quem não conseguiu arranjar posição para dormir, olheiras fundas e negras de quem dormiu 3 horas atormentandas sempre pelo mesmo pesadelo, a tristeza a marcar a cara a fundo...
Vês no espelho uma pessoa que não reconheces, uma alma que não é tua! Voltas a encarar o espelho, porque pensas que foi um pequeno delírio causado pela falta de sono, mas a pessoa que te devolve o olhar não és tu... Pelo menos não é assim que tu próprio te reconheces...

Tens então a triste revelação que mudaste e te transformaste numa pessoa que não queres ser... Neste momento, o teu pensamento é assaltado pelas palavras do Jon Davies:

"I feel the reason, as it's leaving me...
No, not again...
It's quite decieving,
As I'm feeling the flesh make me bad!"

E é exactamente isso que te aconteceu, a tua razão, o teu discernimento abandonou-te, como na outra época negra da tua vida, e ficas-te entregue à fraqueza da carne, os sentimentos e as emoções, que realmente te fazem sentir mau..
Começas a pensar para trás e dás-te conta dos dias que passaste deitado na cama a ter pena de ti próprio, a revoltar-te contra o mundo pelas emoções e sentimentos que te rasgam o peito e que nunca pediste a ninguém para as sentir...

Um dia... Então um dia acordas, olhas para o espelho e não gostas do que vês... Mas contrariamente aos outros dias em que pensaste: "a culpa é do mundo, não há nada que eu possa fazer para mudar ou para me sentir melhor!", abriste os olhos e inspiraste fundo. Decides que não vale a pena viver num tormento eterno, que tu não és aquela pessoa, que as circunstâncias em que te encontras não dominam a tua vida, que os teus sentimentos e emoções simplesmente não podem levar a melhor sobre a tua razão!
Então sentes que renasces, queres fazer da tua vida um espaço em branco para preencheres a teu belo prazer e não como os outros querem que a tua vida seja!
Quando dás por ti, olhas para o espelho e estás a sorrir. Surpreendes-te a ti mesmo, porque já há vários meses que não sentes esta alegria genuína dentro de ti...

Um dia... Um dia em que a tua vida mudou...

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Há dias bons, maus e há dias que são para esquecer. E dentro de todos eles, há sempre algumas coisas que se distinguem. Nos dias bons, também acontecem cenas maradas, menos agradáveis ou que nos poderiam levar à loucura se fosse outro dia qualquer. Mas nesse dia, cheio de energia, encontras a força e a disposição para te rires, resolveres ou simplesmente para ignorares o que se passa.
Nos menos simpáticos, vais levando a bola pra frente, como quem não quer a coisa e esperando, quanto a mim, que o próximo seja melhor. Agora quando se conseguem conjugar a ausência de bom-humor,o cansaço, a sensação de tristeza, por mil e um sentimentos acumulados nos nossos complexos cérebros, com os acasos mais infelizes, aí sim, tens o cúmulo de um mau dia. E mesmo nesses, há sempre excepções. Penso é que ficamos demasiado sobrecarregados com o total, para conseguir fazer disso uma "bóia" positiva. Quanto a mim, nesses dias, desisto temporáriamente. Desejo apagar-me da existência, ou pelo menos anular a minha consciência, de mim e dos outros. Dormir. Zerar-me.
(sem sucesso óbviamente)
Mas lentamente, vou mudando. Com mais ou menos esforço, vou alterando a minha disposição.
De repente, existe um dia em que me apetece fazer tudo. Faço planos mentais em excesso para o tempo que existe. Quero encher-me de projectos, quero realizar-me. E quero todos os bons sentimentos, todos os amigos, que me apercebo então, nunca estarem longe, quero a família. Quero Tudo.
E porque penso que um dia posso acordar e de repente, não fiz, porque havia sempre mais um dia, não estive, porque existiria sempre outra oportunidade, e afinal, nesse dia já vou estar demasiado atrasada para repôr o que poderia ter feito ou dito.
Assim sendo, vou pensando nisso, vou tentando agarrar o que posso, o que me permito, rir-me do que consigo, aprender, evoluir e amanhã...
Amanhã é outro dia

5:24 PM

 
Blogger ZapporssoN_81 said...

Um dia? Hoje é o dia!
Volta a escrever!
;) abraço

12:32 PM

 

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