Noite... A quanto obrigas...

Estou a escrever enquanto me preparo para ir fazer a segunda noite seguida, o que aliás tem sido uma constante desde o início deste estágio. Enquanto vou antecipando um turno que já sei que não vai ser fácil e que será recheado de imensas ocorrências, olho pela janela e vejo uma lua redonda e não consigo evitar de pensar: como é possível que a noite possa representar coisas tão diferentes em determinadas alturas? Hoje penso como é horrível esta noite por ter que sair de casa para ir trabalhar, mas quando penso noutras noites, na companhia dos amigos, de alguém muito especial, noites recheadas de divertimento e acontecimentos que tão cedo não se irão desvanecer na minha memória, é impossível não adorar a noite! Não existe nada mais bonito do que partilhar o nascer da lua com alguém especial e ao caminhar pela noite fora, olhar para o céu e ver o mar de estrelas que do alto olha para nós e nos lembra a imensidão do universo...
Mais uma vez olho pela janela, sinto uma brisa leve que entra pelo meu quarto e da mesma forma que afasta as cortinas, afasta o meu pensamento para memórias vividas noutras paragens, e subitamente essa brisa pára e recorda-me abruptamente que tenho que sair... Esperam por mim noutro lugar, um lugar onde sei que sou preciso e ao bater a porta de casa como que pondo fim à fantasia, mais uma vez recordo todas as boas noites que já tive ao longo da minha vida...